Ado, um Arqueiro Jaraguaense na Copa do Mundo

 

A Pérola do Vale do Itapocu produziu, no passado, bons frutos nas diferentes modalidades de esportes individuais e coletivos.

Aos quatro dias do mês de julho de 1946, no Centro de Jaraguá do Sul, nasceu um menino de origem italo-germânico, cujo nome receberia no batismo de Eduardo Roberto Stinghen. Os pais Teresa Schmitt Stinghen e Julio Stinghen(in memorium) de família de origem tradicional desta cidade, mais tarde viram o seu filho se tornar um baluarte do futebol brasileiro, das décadas de 60 e 70.

Quando o Senhor Waldemar Grubba era prefeito de Jaraguá do Sul, no ano de 1951, a família Stinghen migrou para Londrina, no norte do Paraná, onde seu pai efetuou-se como professor de português, do Colégio Estadual “Vicente Rijo”. Com esse emprego público o Senhor Julio Stinghen educou os filhos e viveu toda a sua vida em função de educar os jovens da cidade londrinense, que estudavam no educandário onde trabalhava.

Eduardo Roberto, ainda jovem foi encaminhado ao internato do Colégio Marista de Londrina. Lá permaneceu durante 5 anos e recebeu uma sólida educação baseada na aprendizagem religiosa, cientifica, cultural e social. Nesta formação incluia-se o esporte, com destaque o futebol. Entre uma pelada e outra, aprendeu as primeiras lições e noções do futebol. A educação marista, em sua juventude, foi de vital importância e requisito para a vida adulta.

Em 1964, com o início do regime militar político no país, Eduardo Roberto, aos 18 anos, assinava o seu primeiro contrato profissional de goleiro no Clube Londrina, do Paraná. Foi o início de uma carreira futebolística rápida. Pois, logo se tornou a revelação do estádio de futebol do Roberta, cidade de Londrina, onde residia.

Do clube de futebol de Londrina foi contratado pelo Corinthians, Estado de São Paulo, no ano de 1969. Estreou no jogo contra o Botafogo do Rio de Janeiro. Foi um jogo decisivo em sua vida, pois se revelou um goleiro talentoso e conhecedor da arte do futebol de ouro, nos anos 60.

Época da juventude dos anos dourados, sonhador, mas atento ao golpe político legitimado pelos movimentos de tendência conservadorista no país, que obstruíram a construção de uma sociedade democrática.

Moço de refinado gosto pela vida, pela família e pelo futebol, Eduardo Roberto Stinghen, através dos amigos e da imprensa da época passaram a chamá-lo, carinhosamente, de Ado.

Entusiasmado pela carreira futebolística, Ado foi convidado a integrar a equipe de futebol da Seleção Brasileira. Uma nova perspectiva abriu-se em sua vida.

Em 1970, foi convocado para jogar de goleiro reserva da Seleção Brasileira, no México, ao lado de Felix, o titular. Em campo, nos jogos oficiais da Copa do Mundo, participou de sete jogos oficiais. Suficientes para coloca-lo na galeria das celebridades do mundo do futebol, como Pelé, Felix, Garrincha, Rivelino, Gerson, entre muitos heróis nacionais do esporte profissional.

Com uma grande carreira futebolística, Ado foi jogador dos clubes: América(RJ), Atlético(PR), Lusa, Santos e Bragantino(SP) e Fortaleza e Ferroviário, no Ceará.

Nos idos dos anos 80, fundou uma escolinha de futebol, com sede na cidade de São Paulo, nos bairros do Morumbi e Alphaville. Seu objetivo era estimular, nas novas gerações, o valor e o gosto pelo esporte, como meio de formação e de acesso a plena cidadania, pois seu legado esportivo constitui-se um exemplo a ser seguido pelas gerações futuras.

Em 2002, a equipe de trabalho do Museu Histórico Emilio da Silva, conjuntamente, com a Associação Jaraguaense dos Artistas Plásticos (AJAP) e a Fundação Cultural formalizaram um convite ao Ado para visitar a cidade de Jaraguá do Sul. Convite aceita, em 29 de maio, Ado acompanhado da Senhora Teresa Schmitt Stinghen e demais familiares residentes nesta cidade, foram recebidos no Museu.

Centenas de convidados prestigiaram o cerimonial de abertura da exposição, Ado: um arqueiro jaraguaense na Copa do Mundo. O Prefeito, Senhor Irineu Pasold, fez as honras da casa através de um empolgante discurso sobre a trajetória das famílias Schmitt e Stinghen para Jaraguá do Sul.

A Associação Jaraguaense dos Artistas Plásticos (AJAP), através da Senhora Arlete Schwedler pintou um quadro retratando a juventude do ex-craque da Seleção Brasileira, o qual foi lhe entregue no ato solene. Em seguida, Ado e os convidados conheceram a exposição em sua homenagem, montada no andar superior do Museu, na sala de exposição temporária Amadeus Mahfud.

A exposição mostrou, através de uma linguagem museológico e testemunhos materiais, a trajetória do jogador de futebol, bem como as conquistas de Jaraguá do Sul, no esporte, através da Secretaria Municipal de Esportes, Cultura e Lazer, colocando a cidade com destaque no esporte amador, profissional de futebol de salão e, entre outros esportes, no cenário estadual e nacional.

Ao final da sua visita ao Museu, Ado agradeceu a todos pela homenagem. Muito emocionado ficou surpreso pela lembrança e carinho que a cidade guardava e guarda por ele. Apesar de estar afastado da cidade de Jaraguá do Sul, mantém constante relação com os familiares mais próximos.

Первоисточник: http://portal.jaraguadosul.com.br/modulos_externos/museu/bibliog_ado_p1.htm

 

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